Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e voltar sempre inteira

Óbvio que não fui eu a autora de frase tão simples e inteligente. Ilustra bem as adversidades da vida e a nossa impotência perante determinados comportamentos, situações, pessoas... É mesmo assim...deixarmos cortar-nos...Apostar, confiar, dar sem esperar nada em troca, sabendo de antemão o fim fatal e menos cor de rosa. É a lei da vida. Até ao dia em que olhamos para trás e reparamos nas palermices que admitimos e para as quais contribuimos. Pode demorar 3 horas, 3 dias, 3 semanas, 3 anos... Mas chegamos lá. E nesse momento submergimos, mais fortes, menos tolerantes, mais simpáticos, menos inocentes...E a pensar que cada atitude mais recente foi mais madura, mais reflectida...E foi! Só que lá está: o mundo está cheio de pessoas e gente...não podemos pensar que prevemos as desilusões de todas as frentes, por isso torna-se mais fácil assumir as faltas, dar a mão à palmatória, perder confortos. Para valorizar cada vez mais as coisas simples e os verdadeiros amigos. Não é fácil. Mas até agora tenho voltado inteira... :)

"Não são os males violentos que nos marcam, mas os males surdos, insistentes, toleráveis - aqueles que fazem parte da nossa rotina e nos mimam meticulosamente, como o tempo..." (Cioran)